Uauá: De Ademir Rock à O Erótico; Relembre casos em que a música ou artistas geraram revolta

Essa não é uma matéria para defender ou atacar artista A ou B. A polemica do momento em Uauá, trata-se do show do artista conhecido como “O Erótico”. Eu que vos escrevo (Gabriel Ribeiro), particularmente não conheço o artista e suas músicas (e não tenho muito interesse em conhecer, pois não me agrada), porém quero elevar o debate a outra esfera.

Não é a primeira vez (e não será a ultima), que veremos esse burburinho em Uauá, por conta de algum artista  ou música. Já tivemos em outras ocasiões situações idênticas ou semelhantes ao caso atual. E vamos aqui relembrar algumas.

Lá no começo dos anos 2000  (gestão Ítala), uma banda chamada” Fogarel de Paixão”, causou polemica no São João de Uauá, após uma dançarina ficar seminua na concha acústica. O caso gerou tanta repercussão que até o padre na época (Padre Moisés), interviu. Após isso a banda recebeu um ‘ultimato’ e nunca mais retornou à cidade. O caso chegou até a respingar na banda “Brega & Vinho”, e a mesma sofreu ‘sanções’ na cidade e também ficou “impedida” de se apresentar por cá, devido ao erotismo que apresentavam à época em suas apresentações.

Mais recente tivemos um caso idêntico, com a banda “Lambasaia”, pelo simples fato de cantar uma música onde dizia: “Eu ‘tô’ gostando de uma prostituta”. Bastou isso para que parte da sociedade se mobilizasse e fizesse campanha para barrar o show (que era particular), pois era uma afronta a sociedade de bem.

Mas os casos de “cancelamento” não se restringem aos  artistas de fora. Como não lembrar de Ademir Rock. O roqueiro da Praça dos Menezes, que foi julgado como marginal, vagabundo, drogado, má influencia… por simplesmente levantar a bandeira do rock e o povo de Uauá, não aceitar, pois aquilo era música do cão e levava os jovens ao caminho do mal?.

Enfim, a discussão precisa ir muito mais além de O Erótico. O preconceito está instalado aqui mesmo, isso é fato. Não gostar do estilo, das músicas,  ok. Más precisamos levantar o debate sobre essa “demagogia ultraconservadora” que muitos pregam em Uauá.