Stanley confirma chumbo em copos e garrafas térmicas, mas diz que consumidor não tem contato direto

Copos e garrafas térmicas da marca Stanley viralizaram nas redes sociais após usuários apontarem, na última sexta-feira (26), a suposta presença de chumbo nos produtos. Em nota enviada à CNN, a empresa alegou que os produtos possuem o metal tóxico.

“Nosso processo de fabricação atualmente utiliza um pellet padrão da indústria para selar o isolamento a vácuo na base de nossos produtos; o material de vedação inclui chumbo. Uma vez selada, esta área é coberta com uma camada durável de aço inoxidável, tornando-a inacessível aos consumidores”, dizia nota.

No site da marca, é explicado que os produtos são “feitos para durar” e são projetados para resistir condições adversas. Os copos e garrafas possuem paredes duplas e isolamento a vácuo.

“Asseguramos não haver chumbo presente na superfície de qualquer produto Stanley que entra em contato com o consumidor”, continuou o pronunciamento.

A pesquisadora Jane Houlihan alerta que enquanto estiver selado, o produto não apresenta risco, contudo, caso seja aberto, pode ser extremamente contagioso.

“Se o copo permanecer intacto, provavelmente não haverá risco de exposição ao chumbo para os consumidores. Chumbo é tão tóxico que você simplesmente não pode correr riscos com ele. Se uma empresa tem que atestar que seu produto permanecerá perfeitamente intacto para ser seguro, essa empresa tem um problema básico de segurança de material que está transmitindo aos seus clientes”, revelou à CNN.

POLÊMICA NAS REDES SOCIAIS
O caso, que viralizou inicialmente no Estados Unidos, na última sexta-feira (26), trouxe preocupações sobre a exposição ao metal.

Internautas compartilharam vídeos testando a possível presença de chumbo nos produtos. “Eu acho que a Stanley deve pagar um preço caro por isso. Eu acho que o risco de um usuário de se contaminar com chumbo muito pequeno, porém o risco correto é zero”, escreveu um internauta.

EFEITOS DE EXPOSIÇÃO AO CHUMBO
Conforme o Ministério da Saúde, o chumbo “produz efeitos deletérios no sistema nervoso central e periférico, gerando alterações neurocomportamentais relacionadas”.

Após contato, ele poderá causar alterações de memória, hiperexcitabilidade, depressão, apatia, insônia, dificuldade de concentração, irritabilidade, hostilidade, fadiga, perda da libido, déficits de inteligência.

A exposição também poderá atingir o sistema renal, e os danos variam de disfunção a insuficiência renal. Também poderá causar cólicas, diarreia, constipação intestinal, anorexia, náusea e vômito.

O metal no ser humano também pode causar impotência sexual, diminuição do número dos espermatozoides, perda auditiva, gosto metálico na boca, palpitações, vertigens e alucinações. Também pode causar aborto, parto prematuros e danos irreversíveis ao feto, e ao recém-nascido.

(Diário do Nordeste)