São João é forró: Lei Luiz Gonzaga determina que 80% das verbas do festejo junino sejam utilizadas com artistas do forró

Diante da “invasão” de gêneros musicais como sertanejo, axé, pagode, sofrência e a repercussão negativa através dos desabafos de grandes nomes do forró sobre o atual cenário do São João, artistas se uniram para defender a tradição e cultura do festejo. O Projeto de Lei (PL) 3083/2023, que prevê a destinação de 80% do montante total de recursos públicos destinados à realização de festas juninas para artistas ligados ao forró e à cultura regional entrou na pauta de votação do plenário da Câmara dos Deputados.

 

Integrante da banda Fulô de Mandacaru e presidente do movimento Somos Forró, Armandinho do Acordeon comemorou o resultado da audiência. O forrozeiro é um dos articuladores no Congresso Nacional pela instituição de normas voltadas à preservação e ao incentivo das tradições nordestinas no período junino.

 

“Foi um grande passo. Vamos aguardar a votação definitiva para mobilizar ainda mais artistas para sensibilizar os parlamentares da importância do forró, Patrimônio Imaterial do Brasil. Tenho certeza de que o projeto vai ser aprovado no Congresso e sancionado pelo presidente Lula (PT)”, disse Armandinho. “O São João de 2024 vai ser um resgate às tradições, com a homenagem ao Rei do Baião, Luiz Gonzaga, pois sem ele não teríamos a força dessa expressão cultural”, acrescentou.

 

Também estiveram presentes à reunião, realizada na residência oficial de Arthur Lira, os cantores Alcymar Monteiro, Targino Gondim e Santana. Ao final, artistas e parlamentares se uniram e cantaram “Asa Branca”, hino do cancioneiro popular nordestino, composto por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, em 1947.