Ano de 2024 começa com grande terremoto no Japão; país emitiu alerta de tsunami

O ano começou com um grande terremoto de 7,6 na escala Richter, registrado na região central do Japão. As autoridades ainda tentam estabelecer a extensão dos estragos em terra, e seguem alertas para a possibilidade de um tsunami na costa do país, um risco que o Serviço Geológico dos EUA já descartou. Além do Japão, outros três países da área emitiram alertas semelhantes.

O epicentro foi registrado a 42 km da cidade de Anamizu, na prefeitura de Ishikawa. Imediatamente as autoridades lançaram um alerta para o risco de um tsunami com ondas de até cinco metros de altura, algo que seria potencialmente destruidor. O tremor aconteceu a 10 km de profundidade, elevando o risco de danos.

“Terremotos mais rasos tendem a causar mais estragos do que em níveis intermediários e profundos, uma vez que a energia gerada por esses eventos é liberada mais perto da superfície, e assim produz abalos mais fortes do que aqueles localizados em áreas mais fundas da Terra. O terremoto na costa produziu abalos fortes em terra e causou um tsunami”, afirmou, em nota, o Serviço Geológico dos EUA.

O alerta inicial foi bem mais maior do que a área diretamente atingida pelo terremoto, se estendendo por toda a costa Oeste japonesa, com diferentes graus de risco. Havia o temor de que as ondas pudessem chegar a até cinco metros de altura, algo que não se concretizou. Horas depois, o Serviço Geológico dos EUA disse que a probabilidade de ondas de tal magnitude foi definitivamente afastada, mas ondas menores, de até um metro, já foram registradas em algumas áreas.

Sem o risco imediato de um tsunami, o foco agora é estabelecer o grau de destruição em terra. Segundo a rede NHK, seis pessoas estariam presas em escombros de casas que desabaram em Sizu, na prefeitura de Ishikawa. Também há relatos de feridos em outras cidades da mesma área, onde 30 mil residências estão sem eletricidade. Por causa dos danos em estradas, médicos e equipes de resgate não conseguem chegar às cidades mais afetadas.

No X, o antigo Twitter, o primeiro-ministro Fumio Kishida disse que foi estabelecido um gabinete de crise.

“Pondo as vidas humanas como prioridade, estamos fazendo todos os esforços para lidar com os danos, aplicando todos os esforços de resposta a desastres. Para aqueles nas áreas atingidas, peço que prestem muita atenção às ultimas informações e coloquem sua segurança pessoal como prioridade”, escreveu o premier.

Além do terremoto de 7,6, foram identificados mais de 20 abalos secundários, um deles de magnitude 6,2. Apesar da força menor, esses tremores podem agravar danos em estruturas fragilizadas pelo primeiro terremoto, aumentando os riscos às vidas dos moradores dessas áreas. Como medida de precaução, voos para a região de Ishikawa foram suspensos, e o serviço de trem de alta velocidade opera com restrições em todo o Japão.

Logo após o tremor, uma preocupação de primeira hora foi com a segurança das centrais nucleares japonesas. A memória do tsunami de 2011 e de seus impactos sobre a central de Fukushima, onde ocorreu um dos maiores desastres nucleares de todos os tempos, ainda assombra o Japão, e traz consigo um debate longo sobre o uso deste tipo de energia no país.

Cabe ressaltar que o desastre em Fukushima foi causado por uma conjunção de fatores catastróficos, a começar pelo próprio tremor de 9.1 registrado no dia 11 de março de 2011, que causou muita destruição em terra. Em seguida, veio o tsunami, com ondas de até 40 metros de altura em algumas regiões, incluindo na área onde estava a central nuclear. Além disso, uma série de erros, retratados posteriormente em reportagens de época e livros, ajudaram a moldar o maior desastre nuclear desde Chernobyl, em 1986. Recentemente, a liberação para o mar de água radioativa usada em Fukushima causou problemas com os governos da China e das duas Coreias.